Alemanha, 14 de setembro. O eleitores do estado da Renânia do Norte-Verstfália votam para eleger seus representantes nos conselhos municipais e distritais. A taxa de participação se situa em 56,80%, quase cinco pontos percentuais acima da registrada na última eleição em 2020. No entanto, um fato chamou mais atenção: o crescimento do partido da AfD (Alternativa para a Alemanha).
Em linha com as pesquisas de intenção de voto, o conservador CDU (Partido União Democrata Cristã da Alemanha) se manteve enquanto maior político representado em um dos estados mais heterogêneos do país, com 33,3% dos votos, de acordo com o órgão eleitoral local. Logo depois vem o SPD (Partido Social Democrata), parceiro da aliança nacional com o CDU, com 22,1%. Em terceiro lugar, o partido da AfD, de extrema-direita, marca seu melhor desempenho no local desde sua fundação, no ano de 2013, com 14,5%, além de avançar de maneira inédita para o 2° turno em duas cidades: Gelsenkirchen e Hagen. Os demais partidos tiveram votações menos expressivas: Os verdes (13,5%), A Esquerda (5,6%) e FDP (3,7%).
Atualmente com cerca de um quarto da população alemã, a Renânia se tornou, ao longo do pós-guerra, um estado altamente influente no cenário político do Estado ocidental. Foi onde nasceram três dos chanceleres da República Federal da Alemanha, incluindo o atual Friedrich Merz (CDU), e cinco presidentes, com destaque para o imcubente Frank-Walter Steinmeier (Independente).

Chanceler Friedrich Merz, 2025/ Foto: AP, Ebrahim Noroozi)
Reduto do partido SPD, a Renânia Norte-Verstfália viu, mais recentemente, a mudança drástica no debate político local através da apropriação de pautas nacionais, em especial a imigração. Influenciado pela abordagem receptiva iniciada durante o “Era Angela Merkel” com imigrantes, companheira de partido do atual chanceler, o estado reúne hoje a maior parcela relacionada ao registro de habitação estrangeira dentre os estados alemães, com 3.273.545 pessoas vivendo no território da Renânia sob essa classificação, de acordo com os dados do Departamento Federal de Estatística.
A AfD, partido explicitamente anti-imigração, ganhou força após as eleições legislativas no início do ano, ocupando a segunda posição na composição da casa baixa da Alemanha. Casa de figuras controversas da política nacional, o partido atende a demanda de setores da sociedade preocupados com a questão da imigração recente, com destaque para populações vindas do Oriente Médio, sendo estas fugitivas de conflitos armados.

Alice Weidel, líder nacional do AfD— Foto: Soeren Stache/AP
No entanto, o discurso extremista contra minorias reacende o debate sobre o ódio como instrumento político, com o próprio AfD sendo monitorado pelo Estado em razão do “esforço extremista de direita confirmado” a partir de 2025, segundo o Escritório Federal para a proteção da Constituição (BfV, na sigla em alemão).