Solução de dois Estados: Ocidente reconhece Estado palestino

21 de setembro, domingo. Em decisão conjunta, Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal passam a reconhecer a existência de um Estado palestino. Eles entram para uma extensa lista de países do ocidente que buscam se desvincular dos atos de genocídio do governo de Israel contra a população que vive em território palestino, segundo especialistas e entidades civis ligadas à proteção dos direitos humanos. Tudo isso antecede o evento de abertura da Assembleia das Nações Unidas (ONU), que neste ano ocorre entre os dias 22 e 24 de setembro, na sede do órgão que fica no estado americano de Nova York.

80° Assembleia Geral da ONU ocorre entre os dias 22 e 24 de setembro — Foto: Mary Altaffer.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, no momento do anúncio de reconhecimento, afastou a ação como forma de legitimar as atividades do Hamas, grupo terrorista envolvido nos embates com Israel desde o ataque de 2022 que resultou na morte de mais de 1.000 pessoas, além dos reféns capturados.

“O Hamas é uma organização terrorista brutal. Um apelo por uma solução genuína de dois Estados é exatamente o oposto da sua visão odiosa. Portanto, estamos certos de que esta solução não é uma recompensa para o Hamas, pois significa que o Hamas não terá futuro, nem papel no governo, nem papel na segurança”, disse Starmer em divulgação nas redes sociais.

OUTROS PAÍSES

Desde outro de 2022, quando o Hamas atacou Israel, o governo de Benjamin Netanyahu avançou a níveis sem precendentes no processo de ocupação ilegal do território palestino, inclusive com a criação de assentamentos ilegais.

No mesmo período, 14 nações começaram a reconhecer o status oficial da Palestina como país. Dentre esses, sete são do que se convencionou a chamar de mundo ocidental, sendo na ordem cronológica: Irlanda, Noruega, Espanha e Eslovênia, em 2024, e mais quatro países no dia 27 de setembro de 2025.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores de Israel criticou o reconhecimento recente da Palestina. “Esta declaração não favorece a paz, pelo contrário, desestabiliza ainda mais a região e compromete as chances de alcançar uma solução pacífica no futuro”, disse em nota.

Os Estados Unidos, em contrapartida, decidem permanecer ao lado do governo israelense na investida contra a infraestrutura do Hamas, mesmo com inúmeras mortes de civis durante as operações militares em curso.

Estados Unidos se opõe ao movimento de reconhecimento da Palestina — Foto: Leon Neal/AP.

No início de agosto, o vice-presidente americano, JD Vance, rechaçou a ideia de reconhecer a autonomia de um Estado palestino: ” Não sei o que significaria realmente reconhecer um estado palestino, dada a falta de um governo funcional lá”.